Após um ano de atraso, o governo do Estado publicou nesta quarta-feira o edital de concessão da RSC-287, conforme o Diário havia adiantado na edição de quarta. Porém, os documentos oficiais da licitação que escolherá a empresa que assumirá a rodovia pelos próximos 30 anos para instalar pedágios previu pequenas mudanças de datas em relação ao que o governo do Estado havia divulgado anteriormente. As principais mudanças são em relação aos anos em que vão começar as obras de duplicação e das terceiras faixas.
No caso das duplicações de trechos rurais, elas começarão no 5º ano da concessão, o que deve ocorrer em 2025, se a empresa vencedora assumir a rodovia em junho de 2021, conforme a previsão do Estado. A duplicação começará em Tabaí e deve ser concluída até Santa Cruz do Sul no 6º ano da concessão. Anteriormente, o Estado havia divulgado que essa duplicação ocorreria somente no 6º ano. De Santa Cruz a Candelária, a duplicação passará a ser feita no 7º e no 8º anos (2027 e 2028). Depois, ela chegará a Novo Cabrais no 9º ano (2029).
Outra alteração é que o Estado detalhou, no edital, quando iniciará a duplicação no trecho entre Santa Maria e Novo Cabrais. Nesse caso, as obras começarão daqui do Coração do Rio Grande em direção a Santa Cruz. No 19º e no 20º anos (2039 e 2040), serão duplicadas as pistas entre Santa Maria e o Trevo do Santuário. Desse local até Paraíso do Sul, será no 20º e no 21º anos. Já no 21º, entre Paraíso e Novo Cabrais. O edital da licitação prevê que essas obras daqui a Novo Cabrais poderão até ocorrer antes, se o volume de veículos atingir uma meta definida no edital (veja no quadro acima). O documento garante que, se esse índice de tráfego não for atingindo, a concessionária será obrigada a duplicar a rodovia de Santa Maria a Novo Cabrais mesmo assim, entre o 19º e o 21º ano.
Afinal, por que entregar a RSC-287 à iniciativa privada?
O cronograma do Estado prevê que o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo ocorrerá em 18 de dezembro deste ano, quando o governo espera que pelo menos quatro empresas disputem a rodovia. Vence quem apresentar o menor preço de pedágio. O valor máximo da tarifa para carros será de R$ 7,37 em cada uma das cinco praças de pedágio. Porém, o governo gaúcho espera que o preço seja reduzido em cerca de 25% devido à disputa no leilão presencial, em que uma empresa poderá ir cobrando as propostas da outra. A previsão é que a concessionária assuma os 204 km da RSC-287 em junho de 2021, e que as três novas praças passem a cobrar tarifa em junho de 2022.
Terceiras faixas e duplicações de trechos urbanos
Outra mudança de data prevista no edital é sobre as pistas extras. As terceiras faixas entre Santa Maria e Novo Cabrais começarão a ser feitas já no 2º ano da concessão, o que deve ocorrer entre a metade de 2022 e a metade de 2023, e não mais no 3º ano, como chegou a ser divulgado antes. Portanto, até junho de 2023, estão previstas duas terceiras pistas, uma de cada lado, na chamada reta do Figueira, entre o viaduto ferroviário perto da Base Aérea e o trevo para Silveira Martins.
No 3º ano da concessão, a previsão é fazer uma terceira faixa perto do posto Fuzer, em Restinga Sêca, e outra perto do posto do Batalhão Rodoviário de Novo Cabrais, que fica entre Paraíso do Sul e o trevo de Cachoeira.
RSC-287 contará com três novos pedágios a partir de junho de 2022
No 4º ano (2024), será feita uma terceira faixa antes da entrada para Arroio do Só e outra no km 219, que fica 10 quilômetros após o acesso para Arroio do Só e 10 quilômetros antes do posto Fuzer. Já no 5º ano, serão construídas duas terceiras pistas, em ambos os sentidos, nos km 161 e 162, que ficam pouco antes do trevo para Cachoeira do Sul.
Nas cidades
Além disso, no 4º ano, serão feitas as duplicações de dois trechos urbanos aqui na região. O primeiro deles é de 1,54 km, do trevo do aeroporto de Santa Maria em direção à Base Aérea. E o segundo, num trecho de 1,14 km, em Paraíso do Sul. Além disso, no 3º e no 4º anos, serão duplicados outros trechos urbanos em Novo Cabrais, Candelária, Santa Cruz do Sul e Tabaí.
Ou seja, com as terceiras faixas e as duplicações de trechos urbanos entre 2022 e 2024, além da recuperação total da pista e da sinalização (inclusive com tachinhas reflexivas), a rodovia estará bem melhor do que atualmente, em que há buracos, sinalização precária e asfalto irregular. E ainda contará com vários locais para ultrapassagem de veículos lentos, como carretas e ônibus, garantindo mais segurança e agilidade nas viagens.